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Neste 19 de setembro, em que o Sistema Único de Saúde completa 30 anos de regularização (Lei 8080/1990), o Conselho Federal de Odontologia (CFO) presta homenagem a todos os Cirurgiões-Dentistas que trabalham com excelência na assistência em saúde bucal da rede pública. Em tempos de pandemia, o CFO evidencia, em especial, a importância da Odontologia Hospitalar no cuidado à vida de pacientes hospitalizados com o novo coronavírus.
Tradicionalmente, a Odontologia Hospitalar destaca-se pela atuação na cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial para tratamento dos traumas de face, deformidades e ressecção de tumores odontogênicos, além da atuação do Cirurgião-Dentista, de qualquer especialidade, para o tratamento dos pacientes que necessitam de atendimento odontológico com os recursos do centro cirúrgico sob anestesia geral ou sedação do paciente.
“Frente à pandemia pela covid-19, o Cirurgião-Dentista tornou-se profissional fundamental junto a equipe multiprofissional, pois devido ao longo tempo de internação, entubação e ventilação mecânica, são observados inúmeros agravos à cavidade oral, sendo pertinentes a odontologia o diagnóstico e tratamento corretos. Nesse contexto, a assistência odontológica hospitalar é realizada exclusivamente à beira leito, tanto para pacientes internados em enfermaria quanto em Unidades de Terapia Intensiva (UTI)”, segundo a Cirurgiã-Dentista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Juliana Franco.
Para esse atendimento é necessário o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) completos, realizando treinamento de paramentação e desparamentação, assim como o profissional necessita ter habilidade e experiência para a realização segura dos procedimentos odontológicos, e infraestrutura adequada e adaptada a cada realidade hospitalar. “A odontologia hospitalar é vista atualmente como uma nova área de atuação da odontologia, mesmo estando presente nos hospitais há muito tempo. Sempre foi uma grande aliada para a melhoria da saúde bucal em pacientes hospitalizados ou em pacientes complexos sistemicamente, mas agora, com a covid-19 o trabalho ganhou nova evidência”, explicou Juliana Franco.
Para o coordenador da Comissão de Odontologia Hospitalar do CFO, Keller de Martini, as indicações para tratamento odontológico são aquelas baseadas nas urgências e emergências odontológicas, associadas com recomendações pertinentes a internação prolongada em pacientes contaminados com o vírus. “As indicações também estão associadas a procedimentos como extrações dentárias, devido a traumatismos dentários ou doença periodontal avançada (risco de broncoaspiração dos dentes durante a entubação e extubaçao orotraqueal), tratamento periodontal, instalação de protetores bucais (traumas orais, periorais e no tudo da entubação orotraqueal), contenção de sangramentos, tratamento para babação e reembasamento de próteses dentárias e realização de higiene oral”, afirmou.
O Presidente do CFO, Juliano do Vale, que a Odontologia hospitalar ganhou mais relevância nesse período pandêmico devido à capacidade de restabelecimento da saúde bucal e da resolução das complicações que acontecem durante a internação prolongada, principalmente durante o período de pandemia pela covid-19. “O Cirurgião-Dentista está atuando na linha de frente juntamente com a equipe multiprofissional que assiste os pacientes tendo como principal objetivo a melhora do restabelecimento da saúde geral, melhora da saúde bucal, diminuição das intercorrências durante a hospitalização e melhora da saúde de vida em um momento tão complicado para o paciente”, completou.